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CÓDIGO DE ÉTICA DO EXORCISTA - ISIDRO JORDÁ. AJUDA ESPIRITUAL TRÍNITAS

O seguinte texto centra-se na tarefa do exorcista de orientação bíblica, possui apenas um valor informativo ou orientativo e seu propósito é ajudar a harmonizar as relações entre o exorcista e seu paciente.

1. Fundamentos da atividade do exorcista

 

• As bases emocionais para que um exorcista receba a capacidade espiritual e a energia necessárias para realizar um exorcismo são:

 

- Fé;

- Desejo de ajudar outras pessoas (caridade).

 

Não é possível falsear estes princípios sem perder a conexão genuína com Deus, sendo que sem a mesma o exorcista ficará indefeso perante a ação dos seres espirituais negativos, os quais são capazes de subjugar qualquer ser humano que aja com seus meros recursos mentais.

 

O esfriamento da fé e da caridade são as principais razões para que desde o Alto seja retirada ao exorcista a capacidade real de exorcizar (o que costuma ser um processo gradual para dar cabimento a correcções), independentemente de qualquer outro fator positivo como anos de boas práticas, instituições às quais ele pertença, títulos, estudos etc.

• Resulta essencial fazer o possível para dar ao paciente a maior independência possível com relação ao contato com o exorcista, oferecendo-lhe todas as informações necessárias para se proteger sozinho e o quanto antes de agressões espirituais.

 

• Para favorecer ao máximo tal independência, também será muito necessário privilegiar a qualidade sobre a quantidade no atendimento ao paciente. Isso implica a possibilidade de que a atenção inicial exija uma dedicação considerável, mas também facilitará que a pessoa precise de menos tempo para aprender a se proteger.


 

2. Sobre o livre-arbítrio e o sistema de crenças do paciente

 

• O grau de discrepância ideológica que possa existir entre o paciente e o exorcista tem uma importância secundária, porque quando um indivíduo solicita um processo de liberação espiritual e o exorcista consegue conduzi-lo até o fim, significa que há uma necessidade de cooperação profunda entre as almas de ambos e que o processo está sendo conduzido por Deus. Por isso e seguindo o princípio de respeito ao livre-arbítrio do paciente, o único requisito para atendê-lo é que ele queira, independentemente de outros aspectos como a sua visão religiosa, filosófica ou ética, orientação sexual, raça, nação, condição económica etc.

 

• No caso de pacientes que não são responsáveis ​​pelas próprias ações, tais como crianças ou pessoas com qualquer tipo de incapacidade mental, a decisão de realizar qualquer procedimento será tomada pelos responsáveis legais dos mesmos.


 

3. Responsabilidade do exorcista e do paciente com relação ao sucesso do tratamento

 

A função do exorcista é liberar o paciente da influência dos seres espirituais negativos que o estiverem afetando em um momento determinado e orientá-lo da melhor maneira possível para que não seja afetado por outros no futuro.

 

A função do paciente após a liberação consiste em fazer o possível para evitar novas agressões espirituais, atendendo às orientações do exorcista ou, pelo menos, levando-as à prática para testá-las.

 

Assim, a responsabilidade pelos resultados de um processo de liberação e autoproteção espiritual é algo que o exorcista e o paciente deverão compartilhar em partes iguais.

4. Sobre as orientações oferecidas pelo exorcista

 

Caso o exorcista identifique algum tipo de comportamento no paciente que prejudique o processo de liberação e recuperação, será responsável por informá-lo pelo menos uma vez. Depois disso, a responsabilidade das consequências por não seguir ou alterar as orientações do exorcista ficará nas mãos do paciente.

 

O exorcista tem a obrigação e o direito de orientar sob os termos de seu próprio sistema de crenças, embora neste ponto possa ser apropriado observar o seguinte:

 

• O paciente pode ter crenças muito diferentes às do exorcista e pode precisar de tempo para assimilar as novas informações ou para comprovar se aquilo que o exorcista recomendou funciona ou não (lembrando também que, como qualquer outro ser humano, o exorcista não está isento de erro).

 

• Mesmo que o paciente não siga as orientações do exorcista, ou as siga parcialmente ou as deforme, o princípio da preservação da liberdade pessoal exige que o caráter da pessoa seja observado com muito cuidado e que não se insista em oferecê-las se for percebido que isso levará a um conflito que quebre prematuramente o contato entre ambos.

 

Por um lado, deve considerar-se que há pessoas que aprendem mais com a própria experiência do que com as exortações das outras. Por outro, existem alguns casos em que se a comunicação entre o exorcista e o paciente for bloqueada, o resultado podem ser situações muito graves para o paciente. Assim, se o exorcista tem que interagir com um paciente que rejeita a orientação, propõe-se pelo menos procurar uma forma de relacionamento em que o paciente sinta que tem a liberdade de solicitar um procedimento de liberação sabendo que o exorcista vai se limitar a executá-lo sem exercer depois pressões de qualquer tipo.

 

• Sendo possível, inclusive, que o paciente não absorva certas informações porque Deus não permita isso naquele momento, porque sua alma precise viver certas experiências sem elas para se desenvolver melhor.

 

• Em última análise, o único que realmente conhece o caminho que cada alma deve seguir é Deus.


 

5. Sobre o apoio econômico ao exorcista

 

No caso de exorcistas vinculados a instituições, basta dizer que esse assunto será regulado pela negociação entre ambas as partes, mas já no caso dos exorcistas autônomos poderá ser adequado aceitar doações voluntárias. As razões para propor isto são as seguintes:

 

• Evitar que ninguém que precise de ajuda fique sem atendimento por questões econômicas.

 

• Facilitar a dedicação do exorcista à sua tarefa, porque para que qualquer indivíduo ou instituição possa dedicar-se seriamente a oferecer serviços religiosos ou espirituais, é indispensável pelo menos a aceitação de doações voluntárias.

 

O atendimento com a maior qualidade possível deverá ser igualmente considerado mesmo que não haja doações de parte do paciente ou ainda que o tempo que o mesmo demande seja elevado, lembrando que a capacidade de exercer a tarefa ou inclusive a possibilidade de que o contato com cada paciente venha a acontecer é algo que, em última instância, tem que ser permitido por Deus. Em síntese, é uma experiência que duas almas precisam e querem -a do paciente e a do exorcista- e que Deus permite.


 

6. Sobre a conciliação do exorcismo com tratamentos médicos convencionais

 

• Caso o paciente esteja realizando algum tipo de tratamento médico, em hipótese alguma será o papel do exorcista orientá-lo para abandoná-lo.

 

• Quando o exorcista identifique no paciente algum tipo de sintoma físico ou mental não originado pela influência de seres espirituais e que não esteja sendo tratado por nenhum profissional da saúde, será pertinente sugerir-lhe que procure a ajuda médica adequada para o caso.

 

• Caso o exorcismo produza a eliminação ou melhora dos sintomas de uma doença, será função exclusiva do médico acompanhar a mudança e decidir se será adequado ou não dar alta.


 

7. Sigilo

 

O exorcismo e a ajuda espiritual devem ser enquadrados entre as atividades que exigem total sigilo com relação às informações fornecidas pelo paciente ou pelas instituições.

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